MÃE-GALINHA



2007-09-06

Dos blogues e tal

Pergunto muitas vezes a mim mesma que raio me faz ter um blogue, para que me canso a pensar em frases, palavras, títulos e até, pasme-se, etiquetas, que não valem um piolhésimo da minha vidinha de todos os dias. A minha vida é real e eu não consigo pôr no virtual a maior parte das coisas que me acontecem. Serei normal?
Quando não estou por aí além virada para a reflexão profunda, aceito que isto fará parte duma vontade intrínseca que tenho de partilhar

o que é meu é teu

e de mostrar ao mundo a graça dos meus rebentos.

É tão bom ter um baby-blogue, e gritar aos quatro ventos:
- já tem mais um dente!
- fez cocó no penico!
- aprendeu a ler e sabe escrever pila
e tal.

Ou simplesmente gritar para dentro e deixar sair em palavras escritas as tristezas da maternidade, que também as tem. Pedir compreensão, saber que há mais como nós.

Mas há gente cruel, só pode ser crueldade. Que gozo haverá em escrever

- Ai que hoje estou tão feliz mas não conto porquê!
ou
- Tenho lágrimas presas dentro do coração. Remeto-me ao silêncio.
ou
- Outra treta qualquer que só é preceptível pelos mais próximos, por aqueles que até já receberam um mail com a história toda.

E os outros? Estará o protagonista à espera duma caixa de comentários repleta de
- Ó... Conta lá...
e, birrento, diga para si próprio
- Só quando chegar aos 72 comentários.

Também pode ser marketing, há quem não durma a pensar no número de visitas do blogue e o suspense sempre é capaz de aumentar o número de cliques.

Ah! É verdade! Já me esquecia de contar que estou muito contente. E preocupada...

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