MÃE-GALINHA



2006-12-11

No Sábado

Enlatámo-nos num eléctrico cheio, eu, as minhas miúdas e mais uns tios e primos. Saímos no Chiado e caminhámos até ao rio. Eu matei saudades da urbanidade e constatei outra vez que não há só vantagens em viver numa cidade tão pequena. Dei por mim embasbacada a olhar para as luzes, para as montras e para a multidão.
(Nalguns dias esta cidade é pequena demais para mim).

As miúdas adoraram o programa, claro. Pelo passeio e pela companhia. A Carmo, entalada entre as minhas pernas e o carrinho dela, viajou numa carruajem mágica (isto é uma carruagem, pois é mãe?)e tal foi a euforia que, a meio da Rua Augusta, não comeu castanhas porque dormia o sono dos justos. Acordou ao pé da tal árvore de natal que só tem, de facto, tamanho.

Irritou-me a minha despreocupação com as entradas para espectáculos que jamais suporia esgotados. É mais um defeito provinciano. Por aqui, se um espectáculo é agendado com mais do que duas datas, haverá sempre bilhetes. Falhámos a "O piano e os seus amigos" na Gulbenkian e "A flauta mágica" no Teatro Armando Cortez. A "Casa do Artista" virou-me do avesso porque me fez rodopiar entre as saudades finalmente mortas, as instalações de bom ar e os artistas velhos, muito velhos, por ali perdidos em memórias.

Ontem, por acaso, import(un)ei-me com o regresso e já não me acontecia uma coisa destas há uma data de tempo.
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© Rita Quintela
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