MÃE-GALINHA



2006-06-29

Eu agora vou ali ao neurologista e já venho, pode ser?

Depois daquilo tudo houve outro fim de dia.
Num intervalo da minha profissão de motorista, organizei-lhes uma parte das férias que nessa parte deixam de ser férias, e fui buscar os óculos da Maria. Depois, e enquanto tomava um café, perdi o telefone. Foi como se tivesse predido também um bocado de memória porque eu sabia que ali, naquela mesa daquele café, eu tinha estado com o telefone na mão há não mais do que dois minutos. De repente nem telefone nem minutos porque voltava a estar atrasada. Revirei os bolsos e a carteira, o que até foi bom porque me livrei dos desperdícios. Pensei num deja vu mas não podia ser porque nunca tinha estado ali naquele café. É maluquice minha - pensei - não peguei nada no telefone agora, deve é estar no carro. Não estava. Escola de inglês - não estava. Óptica mais simpática da cidade - não estava. Presumindo o atraso imenso, meto-me no carro e sigo. O atraso afinal não era meu, que ainda esperei quase uma hora por elas. Enquanto espero esqueço-me que tinha perdido o telefone e ligo a uma amiga. Só depois de ter desligado é que me aprecebo que o telefone tinha estado sempre dentro da carteira.
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© Rita Quintela
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