MÃE-GALINHA



2006-05-08

2ª feira, 8 de Maio - dia da mãe

Hoje, à Inês, dói-lhe o céu-da-boca. Deve ser da constipação, digo eu, mas come lá a sopa, que se não comeres, nunca mais curas a ranhosice - minto. Por causa disto e de mais não-sei-o-quê que se disse à mesa, inchou e avermelhou e rebentou a chorar. A Carminho em palmas - A Nênê é bebé! A Nênê é bebé! A Nênê é bebé! Eu a suspirar - não é preciso chorares, Inês, o pai a sorrir, a Maria a rir. Ela passa-se e gargalha. Circo com ela, já! Não fosse a timidez, tinha futuro, a miúda. No circo não sei, mas imagino-a no palco, no teatro. O pai pergunta-lhe muitas vezs se não quer ir com o Zé Diogo que ela só conhece a três dimensões e de quem herdou mais do que se vê. Ela ri-se muito, como hoje, do choro à gargalhada e depois para o disparate em que se transformou o jantar. De repente estávamos todos a rebolar de riso. Se isto não é uma família feliz, não sei o que será. Claro que a sobremesa foi gelado de chocolate e eu nem me importei que a toalha e os guardanapos acabados de sair do tabuleiro da roupa passada tivessem que voltar ao cesto da roupa suja. Cá em casa, dia da mãe são todos, mas eu gosto mesmo é dos que acabam assim.

(De ontem - montanhas de beijos e de presentes feitos por elas e ainda um relógio, que me deu o pai delas - gosto de pontualidade mas já gostei mais de ver o tempo passar)
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