MÃE-GALINHA



2005-03-27

PARABÉNS, MÃE

O mais para trás que me consigo recordar é do dia em que a minha irmã nasceu. Não do dia, ou do acontecimento em si, mas do facto de ter jantado sózinha com o meu pai e de ter comido jardineira (ou qualquer coisa parecida). Tinha três anos.
Recordo esse momento como um flash, era muito pequena, não tenho recordações contínuas da época.
Da minha mãe, lembro-me que usava sapatos muito altos, que punha laca no cabelo e que usava baton. Tudo coisas qua ainda hoje faz, com excepção dos sapatos, que já não usa tão altos. Lembro-me sem crítica que quando eu era pequena ela estava pouco tempo em casa e que isso contribuiu para que a minha relação com ela não fosse, ou não seja, tão quente como eu gostaria que fosse. Mas esse facto também contribuíu para eu me tornar na pessoa despachada que sei que sou. Hoje a minha mãe já não trabalha e super-protege as minhas filhas. Acredito que prolongue nelas o cordão umbilical que a ligava a mim. Ainda bem!

Também me lembro bem de quase todos os dias 1 de Maio e 5 de Outubro por serem os dias em que se abria a arca de madeira e se trocavam as roupas de Inverno pelas de Verão ou as de Verão pelas de Inverno. Depois a minha mãe passava o fim de semana seguinte a subir e descer baínhas.

Hoje a minha mãe faz sessenta anos. É linda.
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© Rita Quintela
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