MÃE-GALINHA



2008-01-15

Sou, muitas vezes,

a última a deitar-me.
Agora no Inverno, os pés gelados à procura dumas pernas quentes na cama, um livro a conta-gotas, o despertador para daí a pouco.
Às vezes, no Verão,, uma perna de fora para afugentar o calor.
E sempre,
ver uma
ver outra
ver outra
Ajeitar almofadas, tapar quando é preciso, tirar o cabelo transpirado da cara, ver se respira, ouvir se tem gatinhos, tem frio, tem calor, terá febre?

Lavo os dentes.
Bebo água.
Deito-me e quase ouço os ossos suspirarem pelo momento.
Obrigo-me ao livro. É para desligar do dia. E ligar ao sonho (Os meus sonhos são tão esquisitos)
Depois apago a luz, já naquela fase em que não estou acordade mas ainda não estou a dormir. Apago a luz no limbo da semi-consciencia mas levanto sempre a cabeça para a porta, à procura da luz de presença acesa.

Gosto destas coisas de todos os dias.

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