Obceco-me com explicações, tenho pouca fé e gosto das leis da física. A uma força, opõe-se outra, a uma imagem, corresponde um reflexo. É por isto que não tenho estranhado que a cada má notícia dos ultimos tempos me tenha caído do céu uma boa nova.
Para mim quase tudo tem um oposto. Uma força ou um reflexo. Compreendo a física das coisas mas quero crer na força das estrelas. A culpa é da IBB, que sempre opus ao IVV, letras de instituto da vinha e do vinho, um sítio onde eu, quando era nova e antes de me enfiar numa universidade, sonhava em trabalhar. O sonho esfumou-se mas tenho um marido que é gourmet da coisa e até tem uma garrafeira. A IBB caíu-me do céu e nem precisei de sonhar para me realizar. Por isso é que a IBB e o IVV são, para mim, duas forças opostas.
Gostas de vinho, I?
Eu gosto.
Duplicaram-nos as mensalidades dos atl´s e infantários e ainda por cima roubaram a sesta à bébé.
Aos quatro anos ainda se pode ser bebé?
A escola tem casas-de-banho novas e a posso trocar à miúda umas aulas particulares de flauta por mais uma matrícula no conservatório público. A flauta nova custa quase tanto quanto eu ganho num mês. A Carmo ouve tão bem que se pode deliciar com os ensaios, disse-nos um outro médico e dizem-nos as nossas intuições. Ou quase enlouquecer, como eu, quando me apetece mandar às urtigas a importância da formação musical. Elas gostam tanto de musica que me comovo.
Daqui a dois dias começa a escola e ainda não lhes forrei os livros. Mas já comprei o material escolar quase todo e trouxe do jumbo uns ténis das princesas, número trinta e quatro, por cinco euros.
Tenho uma filha que calça trinta e quatro. Qualquer dia podemos trocar sapatos.
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