no que toca à dependência dos afectos físicos, dos beijos, dos abraços, do toque da pele.
Eu sou uma pessoa de afectos físicos reprimidos e não queria que elas fossem assim.
A Inês é que mais precisa de
sentir as presenças. A Carmo enxota-me. A Maria está na idade de não saber o que quer.
Ontem à tarde voltei para casa só com a Carmo. À chegada, a brincadeira do costume: ela tira o cinto e põe-se em pé entre os dois bancos da frente; eu desço a rampa da garagem devagarino e aos "arranques" e travagens. Ela delira e mede o perigo. Sabe que é por causa destes "saltos" que tem que andar sempre com o cinto no carro.
Depois, saltou-me para o colo, a garagem escura, a música do carro muito baixinha, e um abraço, a cara dela encostada à minha, a respiração dela no meu pescoço. É raro e eu tenho pena.
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