MÃE-GALINHA



2007-03-05

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Este é, reparo agora, o milésimo primeiro post deste blogue. Mil posts já escritos mais uma data deles em draft, mais uns quantos que escrevi noutros lados.
Às vezes releio o que já escrevi e dou por mim ou a sorrir, ou a rir, ou, menos vezes, a chorar. É bom ter um blogue, quanto mais não seja porque é uma memória feita dia a dia, dos nossos dias.
Tenho a certeza que as minhas filhas vão gostar muito de ler estas histórias, de conhecer a mãe noutra perspectiva que não a das rotinas de todos os dias. Este retrato vai fazer delas umas miúdas (ainda) mais felizes porque sei que vão sentir aqui esparramado o meu amor por elas.

E por ti também, meu amor.
Falo tão pouco de ti. Escrevo tão pouco de ti.
E tu estás-me nas entranhas, fazes parte de mim. Não saberia nunca viver sem ti, mesmo quando me apetece que me desapareças da frente ou que aterres no meu mundo.
O que foi que nos juntou? O que é que nos faz ainda rir? Porque é que em vez de carpirmos as nossas mágoas nos agarramos sempre aos nossos sonhos?
Parece-me , meu amor, que vivemos cada vez mais virados para nós, que nos isolamos, que nos limitamos a proteger as nossas crias dos monstros e a ter-nos um ao outro. Tenho medo de estarmos apenas a fugir dos outros destinos que não são os nossos. Por outro lado, penso friamente que é apenas uma fuga aos nossos próprios monstros e que fazemos bem, fazendo a vida acontecer assim.

Quero-te sempre comigo e hoje vou cozinhar-te um arroz de marisco. Não sei é se tenho tempo de fazer uma tarte de amêndoa e muito menos, de lhe espetar as trinta e oito velas.

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