Saíu da aula de ballet e mostrou-me que o dente abanava mais um bocadinho. Obssecou-se, fechou-se na casa de banho, saiu da casa de banho.
- Tenta tu, mãe!
- Mas ainda está um bocado preso, e se cai esse dente ficas toda desdentada!
- Mas faz-me impressão...
A Maria tapava a cara:
- Ai que chalada, Inês. Já tens a boca cheia de sangue, que nojo.
Voltou para a casa de banho, a Carmo na aula, eu a arrumar papéis, outra mãe com um ar atarantado a olhar as movimentações.
E outra mãe:
- Deixa cá ver isso.
E zás! Arrancou-lhe o dente. É dentista, disse-me depois.
Não se percebe NADA do que a miúda diz. Saem-lhe pelo buraco os
dês e os
tês. Os
esses e
cês fazem vento.
Etiquetas: dentes, Inês