-Queres brincar comigo, pai?
- Claro!
E agarra-a, dá-lhe beijos, cheira-a, como as mães fazem às crias; mas é pai.
Saltos e cócegas e mimos e soluços de tanto rir. Em cima da minha cama e eu, na casa de banho, a agoirar:
- Se a miúda cai da cama abaixo por tua culpa, nem sei....
Depois o diálogo surreal:
- Fica quieto pai. Tu agora estavas
morrido.
-
Morrido?
- Sim,
morrido. Vou-te atar com umas cordas. Não te mexas!
Teatraliza o amarrar da corda e faz barulhos explicativos -
Tchica! - este nó já tá.
Passados uns segundos decide-se pela ressurreição:
- Já podes! Já estás des... des... des... Olha!
desamorrido.- Vá! Acorda que já te tirei a espada do coração.
Benza-a deus, a ela e à sua inocência.