O mundo roda à volta dela, já nasceu assim e assim tem crescido, a pensar que é um eixo.
Contrario-a, digo-lhe que não, que ela é que tem que fazer rodar o mundo. Digo-lhe por outras palavras, claro, que aos três anos não saberá ainda o que quero dizer com solidariedade, partilha e outros valores em que gosto de acreditar.
Ontem dei-lhe uma palmada, daquelas bem dadas. Não paráva de guinchar, porque não queria aquela musica no carro, depois porque não queria estar a brincar, depois porque não se queria calar. Dei-lhe uma palmada e dois berros.
Passados dois minutos, agarrou-se a mim a chorar e
"Desculpa mãe, desculpa"
Aos três anos ordena as letras do nome e pede desculpa pelos seus actos.
Temos mulher.