MÃE-GALINHA



2006-10-12

street strike my land

À noite aproveitei os mimos da pequena Carmo e antes de mais um reunião na escola, deliciei-me no sofá.
- Qués que te conte uma ´nedota?
- Conta!
- Qual queres? A verde ou a amarela ou a azul?
- Pode ser a verde.
- A verde não, que tem maus, muito maus.
- Então a amrela.
- Tá bem: Era uma vêis um sinhore muito alto que tinha um chapéu e depois apacêu uma zêba a fazer i-ó (como os burros, pecebes, mãe?) e o sinhore disse assim - ó zêba, tu és fantástica! E a zêba, claro, riu-se.

Aos três anos desunha-se a falar.
Depois, na tal reunião, eu também me fartei de debitar palavreado. Desoprimem-me as acções voluntárias e oprimem-me as obrigações. Farta de muitas coisas, tento mudar de atitude mas acho que cheguei ao adulto estado de lucidez.
Hoje não faço greve mas também não produzirei grande coisa. Qualquer dia arranjo um t-shirt a dizer
a terra a quem trabalha
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© Rita Quintela
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