MÃE-GALINHA



2006-08-01

Dos amigos

Todos os dias é a mesma guerra. Não há prisioneiros nem Hamas nem Jiades nem Gazas nem senhoras bem vestidas que gostam de se meter onde não são chamadas. Eu às vezes ando de chinelos e ninguém me chama Rice, apesar de cá em casa se comer muito bago.
Cá em casa as facções opostas lutam pela posse de uma chave de uma caixa que agora já não é de sonhos. Quer dizer, é; de alguns sonhos que vêm em catálogos. Quem ganhar a chave pode ir abrir a caixa.
Dantes eu escrevia às minhas amigas e tinha um pen-friend Egípcio que tinha mais dez anos do que eu e que queria à força vir conhecer-me. No dia em que me mandou uma fotografia eu assustei-me e senti-lhe o peso e a idade. Acho que lhe escrevi uma carta de despedida com um fim Camiliano.

As minhas miúdas têm e-mail e as únicas cartas que escrevem é ao pai-natal porque sabem que recebem uma resposta na Páscoa. Anteontem fizemos um jogo de adivinhas e eu percebi que elas nem sequer sabem o que é um selo...
Nem de propósito. Ontem era vê-las aos saltos, à minha volta:
- Ó mãe! Ó mãe! É uma carta para nós e não é a Visão Júnior!!!
- Olha! Canetas novas!
- São esferográficas!!!

Uma hora de sossego e um bloco cheio de desenhos.
Obrigada Ana!
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© Rita Quintela
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