MÃE-GALINHA



2006-06-30

Delas

Não tenho a pretensão de criar geniozinhos mas quase me rebentam as costuras de não-sei-quantas episiotomias ao ler e reler as fichas de avaliação. As minhas filhas são boas alunas e isso também se deve a mim e ao pai delas.

A Maria é despachada (de mais?). Cresceu depressa, passou a irmã mais velha com catorze meses. A Inês, enquanto foi a mais nova, incubou tudo o que lhe saiu da casca depois da Carmo nascer. Aos quatro anos mostrou-nos as letras e os números e nós desvalorizámos. Hoje sei que tanto esforço e dedicação não são mais do que uma demonstração de que é tão capaz como a Maria mas estremeço sempre que me propõe saltos maiores do que as pernas dela. Vou adiando, como posso, mas estranho um C.S.Lewis na mesa de cabeceira.

Pergunto-me como serão estas aprendizagens na Carmo. Não lhe leio tantos livros como lia às irmãs mas não sinto que ande a descurar o plano não-oficial de leitura. Ela, além de preferir puzzles e dominós a histórias de principes e princesas, interrompe-me as leituras dezenas de vezes com perguntas:
- Onde é que está a mãe da Anita?
- E o pai?
- Como é que este se chama?
- Porque é que o mano dela não se chama sempre Pedro?
- O gato?
- No outro livro a casa não era assim!


...............

Num dos cadernos da Maria li esta manhã, na escola, uma composição cujo tema (proposto) era, a escola dos animais:

Era uma vez uma escola de animais e eu era a professora. (...) e houve um incêndio na escola. Vieram os bombeiros e apagaram tudo rapidamente. Então os animais viveram todos felizes para sempre. Com excepção da rã que morreu queimada.
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