MÃE-GALINHA



2006-05-19

Não é uma ideia minha

mas não deixa de ser extraordinária:

"(...) o que vocês precisam não é de sair à rua com cartazes, gritar contra o governo ou fazer manobras judiciais. O que precisam é de demonstrar ao ministro e aos portugueses que as maternidades são indispensáveis. Por isso, as energias que gastam nas manifestações deveriam gastá-las a fazer filhos.
Se daqui a nove meses o Governo fosse confrontado com uma onda geral de nascimentos, um «baby boom» de protesto, seguramente teria de proceder a um recuo estratégico e terminar com o programa de encerramento de maternidades, vendo-se, até, obrigado a reabrir algumas que entretanto encerrou."

Expresso (13/05/06), Única - Cartas Abertas, de Henrique M.

A minha ideia é que nós, pessoas, devemos ter opção de escolha. Seja relativamente ao sítio onde parimos os nossos filhos, seja em relação à escola onde queremos que aprendam, ou a muitas outras coisas que originariam uma lista que ninguém teria paciência para ler.

Eu, com uma maternidade pública à porta de casa, fiz sessenta quilómetros para ter a Carmo, noutra maternidade pública. E porquê? Porque quis, claro. Gostei mais da segunda do que da primeira.

A única coisa que me preocupa é se as outras maternidades, as que vão manter-se abertas enquanto se fizerem filhos em Portugal (actividade cada vez mais em vias de extinção), não irão ficar sobrelotadas de mães, sobrelotadas de equipas à beira do colpaso ou sobrelotadas de enfermeiras mal dispostas (nada contra as enfermeiras; louvo-lhes a coragem e a dedicação. O pior foi quando me calhou a mim, entre duas contracções filhas da mãe, a célebre "pois pois, não lhe custou fazê-lo, não foi? Agora custa? Paciência, aguente-se."*)

Quanto ao resto, nem o ir parir a Espanha me faz confusão.


* Lisboa, Hospital de Stª Maria
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