MÃE-GALINHA



2005-12-31

PASSAGEM DE ANO

Sinto o tempo correr cada vez mais depressa, escorrer-me entre abraços apressados e sorrisos a que nem sempre assisto. Sinto que elas crescem num instante, que de repente é preciso descer baínhas e rearrumar gavetas. Sinto que não posso fazer parar o tempo e que já não tenho três filhas pequeninas e que a mais nova já deixou de ser um bébé.

Neste ano, preste a terminar, aconteceram tantas coisas... Tantas que não cabem em palavras. Não vale a pena querer guardar todos os momentos. Nem num espaço como este, que começou por ser um registo quase diário, cabem as memórias do nosso dia a dia e, neste ano, apercebi-me exactamente que teria forçosamente que ser assim. Que a vida de uma família é um tal fluir de energias tão próprias que nunca seria possível transmiti-las ou partilhá-las. Também nem sempre é possível colocar em palavras as emoções. E nem sempre, aos olhos dos outros, as nossas vidas parecem cristalinas. E nem sempre há verdade em todos os sorrisos. E nem sempre há, do lado de lá do ecrã, pessoas felizes e disponíveis para compreenderem que deste lado há efectivamente pessoas e afectos.

Foi por isso que este espaço mudou. E será assim que vai continuar até ao dia em que me doam os dedos ou me atraiçoem as minhas fragilidades.

Para o ano haverá mais e mais.
Feliz ano novo.
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© Rita Quintela
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