MÃE-GALINHA



2005-04-05

PORQUE ME DÓI A CABEÇA

Não me lembro quando é que esta fase começou. Se calhar, se for lendo o que aqui escrevi, talvez me aperceba que foi sempre assim. Mas não me lembro.
Há meses que não durmo em condições. A Carminho apoderou-se do meu descanso e teima em fazer das minhas noites autênticas maratonas. Sei que a ela também lhe custa e corta-me o coração ter que acordar de manhã.

Deita-se cedo. Aí pelas oito e meia, nove horas, está na cama. Normalmente adormece sozinha, não dá trabalho nenhum. Mas a horas impróprias, que variam entre as duas e as cinco da madrugada, acorda. Tem fome. Bebe o biberão. Quer mimo. Vem para a nossa cama. E depois? Depois dá voltas e mais voltas, enfia os pés entre as minhas costelas, deita-se em cima da minha cabeça e tarda em adormecer. Ao pai não lhe custam estas movimentações e volta ao sono com uma facilidade extraordinária. Eu fico ali, à espera que sua excelência durma; na maior parte das vezes, em desespero de causa, torno a pô-la no quarto dela. Ela chora. Eu ignoro. Ela grita e às vezes acorda as irmãs. Volto a buscá-la. Deito-me e agora é a mim que a insónia não me deixa. O ritual repete-se - vou á cozinha, bebo um copo de leite e fumo um cigarro. Com isto, são cinco e meia da manhã- resta-me uma hora e vinte minutos de sono.

Às vezes as noites não são tão complicadas mas urge tomar medidas:
Utopicamente, seria aconselhável:
- Não a tirar da cama dela;
- Desabituá-la de comer durante a noite;
- Não ceder à chantagem emocional;

Realisticamente, não sei como é que vai ser.
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© Rita Quintela
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