MÃE-GALINHA



2005-03-03

REFLEXÃO, OUTRO POST

Isto é por fases. De vez em quando lá me lembro que isto dos blogues não é tão simples quanto isso, que a exposição pública das nossas vidas pode não ser saudável e por aí fora.
Depois, dou comigo numa revista, ali, a minha imagem e de uma das minhas filhas; vá lá, é a mais nova, a que ainda não questiona estas coisas. E pergunto a mim própria - que raio está a acontecer?
Este blogue tem muitas visitas diárias. A maior parte das pessoas passa por aqui, espreita, sai. "Big Brother is watching me", é o que me apraz dizer. Disse-o à jornalista da Sábado, esperei que ela o publicasse.
Tenho plena consciência que quem lê estas (e outras) histórias se sente como eu me sinto quando vejo a telenovela. Vamos seguindo as vidas uns dos outros. Antigamente, espreitava-se o vizinho através da janela. Agora, espreita-se por aqui. Felizmente há bons vizinhos, que deixam palavras de ânimo, sorrisos e lágrimas. Até há vizinhos de quem nos tornamos amigos. Hoje sei que este relato também existe por causa de quem o lê: a partir de um determinado momento, continuei a escrever graças ao feed-back que recebia. Se ao princípio este relato começou por ser uma brincadeira egoísta (nem sabia sequer o que era uma caixa de comentários), depressa passou a rotina viciante e eu tornei-me numa mãe mais ponderada pelo simples facto da escrita funcionar como espelho dos meus actos (nunca deixei de relatar ralhetes ou palmadas).
Não há vidas nem pessoas nem famílias perfeitas. Gosto de pensar que cá em casa somos felizes e não vejo nenhum obstáculo à partilha da felicidade.
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© Rita Quintela
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