Ao faz de conta, eu sou sempre a prima ou a amiga, nunca a mãe. Elas chamam-se Joana e Ana Rita. São amigas e raramente irmãs. Uma delas tem uma bébé, que é a Carminho, cujo nome nestas histórias é apenas "a bébé".
- Agora eu ía lá para fora e batia à porta e tu perguntavas "quem é?"
... toc-toc ...
- Quem é?
- Sou eu, a Joana.
- Olá Joana!
- Olá amiga, estás boa?
- Estou. Vista a minha amiga Ana Rita?
- Não...
- Então empresta aí o teu telemóvel para eu lhe ligar.
(Agora eu fazia de conta que "isto"era um telemóvel e ligava à minha amiga, está bem?)
- Estou? Amiga?
- ...
- Olha amiga, queres vir a minha casa? Está cá a minha prima!
Às vezes passam horas nisto.
Ontem, talvez a propósito de um desses jogos, já não me lembro bem, perguntei à Inês:
- Posso ser a tua amiga?
- Não. Tu és a mãe.
- Mas as mães também são amigas - respondi
- Não são não. Se as mães fossem amigas davam-nos chupa-chupas sempre que quisessemos!