MÃE-GALINHA



2004-12-10

FUTURISMOS

Às vezes penso no que nos reservará o futuro profissional das miúdas. São pensamentos ocasionais, que ocorrem na sequência de alguns diálogos acerca das diferenças tão abismais entre elas. Rimos muito, eu e o pai, a imaginar no que darão estes feitios. Sabemos que somos apenas guias, que o nosso papel é abrir-lhe as portas. O futuro é delas. Mas...

Desde cedo me pareceu que a Maria teria muito mais queda para as letras do que para os números. A escola tem vindo a comprovar esta minha suposição. Ler e escrever, é com ela. Números e contas, só por favor. A música e a dança iluminam-lhe o olhar e soltam-lhe sorrisos. Brinca com legos e faz desenhos com casas, árvores e passarinhos.

A Inês é naíf. Vive das emoções; dela e dos outros. Tem um mundo só dela, abstracto mas coerente e demasiado adulto. Sabe demais. Faz contas de cabeça e tem um raciocínio imediato. Mas o raciocínio é tanto lógico como ilógico. Surreal. A ela, alegram-lhe episódios imaginários ou distantes. Gosta de olhar para as núvens e que a deixem no seu canto, a pensar. Os desenhos sempre foram muito abstractos, com figuras imaginárias. E brinca ao faz-de-conta.

Sem querer parecer demasiado precoce, atrevo-me a conjecturar na Carminho a chefia de uma tribo.
O nome e os conteúdos deste blogue estão protegidos por direitos de autor
© Rita Quintela
IBSN 7-435-23517-5