MÃE-GALINHA



2004-12-16

EXCERTOS - DIREITO DE RESPOSTA

(...)
"Longe da vista, longe do coração" é uma das piores frases que conheço e à qual não ligo a mínima importância. Quando se gosta, gosta-se sempre, independentemente das circunstâncias. Que eu conheça, só há um sentimento que tem princípio, meio e fim - a paixão. A amizade, o amor, mesmo o ódio ou o desprezo, ficam sempre.
Como sabe (nuca o conseguirei tratar por "tu", com muita pena minha), tenho por si uma enorme amizade e ternura. Devo-lhe alguns dos acontecimentos importantes da minha vida e não suporto que pense sequer que o desprezo tenha tomado conta de mim. Enfim, acredito que o Natal, as saudades e o frio lhe estejam a afectar as emoções, só pode.
Não tenho por hábito guardar e-mails e, muito menos, tomar notas do género "sou eu a escrever" ou "só escrevo quando me escrever". Escrevo quando me apetece, quando tenho saudades, quando preciso de alguma coisa, quando sinto o peso da distância, quando preciso de me libertar. Escrever dá-me uma enorme paz interior, sei que me conhece suficientemente bem para saber isso.
Mas escrever, nos tempos que correm, é quase um luxo para mim. Casa nova, muitos assuntos pendurados no trabalho, três crianças que precisam não só de uma mãe como de uma motorista. E eu, com as minhas necessidades de sono de mais de 6 horas, sempre a correr contra o tempo e, cada vez mais, a achar que não tenho tempo para quase nada.
Os mails vão ficando para o fim. Com o blogue, tenho a sensação que mantenho o relato da minha vida familiar actualizado... Eu sei, eu sei, que a minha vida não se pode resumir à minha faceta de mãe, mas o quer? O instinto fala mais alto e eu própria me esqueço de mim e dos outros.
Antes que daqui nasça um tratado, agradeço e retribuo os votos de boas festas e acredito que ainda vamos falar antes do Natal (...)
Saudades
(E com a sua licença, este mail vai passar para o blogue)
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© Rita Quintela
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