Quem é que lhes explicou que os esquimós dão beijinhos esfregando o nariz?
(Aposto no pai, numa noite de inspiração e numa incursão pelas enciclopédias infantis, a explicar às crianças a vida social do Alasca).
Não me lembro quando é que se instalou a rotina do
ténéné. Mas foi concerteza há uns meses valentes. Muito pior do que uma rotina instalada é uma rotina em progressão exponencial.
Os factos:
Meninas dentro da cama, a Inês é invariavelmente a primeira a querer beijinhos. São um-dois-três-quatro beijinhos, com uns
chuacs bem repenicados. Quatro beijinhos - um do lado esquerdo, um do direito, outro do esquerdo e outro do direito. Com ela agarrada ao meu pescoço e a puxar-me. Depois dos beijinhos, faz-se o
tenéné - esfregamos os narizes e cantamos té-né-né-né-né-né-né! E era assim.
Um dia, há menos tempo que os
meses valentes, o tenéné passou a ter um acrescento - o bong! O bong! é um encostar de cotovelos, com os braços em angulo recto (o meu braço e o dela) e acompanhado pelo som bong!.
Depois do bong! repete-se o
ténéné com a testa. E bong! Depois com o dedo indicador. E bong! Finalmente com o polegar. E bong!
A Maria, que não achava a mínima graça a este ritual, agora também quer e ainda por cima inventou, para além destes todos, o
ténéné com o cabelo.
Isto é normal? Bong!