MÃE-GALINHA



2004-10-18

MARIA:

Gostava de ter escrito ontem mas a tua festa foi grande, com muitos meninos. Não tive tempo para nada!
Fizeste seis anos! É a tua primeira "maioridade". Aos seis anos começam-se novas etapas, muda-se de escola, fazem-se novos amigos (alguns para o resto da vida); os dentes abanam e caem para nascerem outros; e já tens uma série de responsabilidades, tantas que ás vezes me parecem de mais para uma menina como tu.

Nasceste num dia de chuva. Como o de hoje, em que escrevo. E tinhas frio. Ainda hoje és friorenta. Ficou-te, daquele dia mágico em que não me deixaste dormir, de tamanha preocupação, enquanto aquecias, serena, numa caixinha mágica chamada incubadora. Depois andaste meses embrulhada numa manta cor-de-rosa. Tão quentinha.

Cresceste num instante! Às vezes, e já o escrevi aqui, acho que cresceste depressa demais. Se calhar é por seres a mais velha. Se calhar, não é. És mesmo tu que és assim, equilibrada e responsável. Um doce de menina, a quem os olhos brilham de felicidade com a mais pequena das dádivas. Ontem disseste-me à noite, já cheia de sono e enfiada na cama "Ó mãe...obrigada pela festa!"

Eu é que agradeço, Maria, por me ensinares a arte do amor.
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© Rita Quintela
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