MÃE-GALINHA



2004-10-25

DE CASTIGO

Mais cedo ou mais tarde teria que acontecer. O meu corpo ressentiu-se do cansaço dos últimos tempos e do stress em que me habituei a viver. A obsessão pela organização é doentia e eu, apesar de sentir que a idade me tem trazido mais paz interior, não consigo de deixar de pensar em mil e uma tarefas que me parecem sempre inadiáveis. Além de ter emagrecido a olhos vistos, comecei a ter outros sintomas físicos daquilo a que a minha médica chamou "exaustão". Não quis dar logo o braço a torcer - nada disso, não estou nada cansada, isto é só por andar a dormir pouco. Ela foi directa e peremptória - Dez dias em casa.
E eu - nem pensar, não consigo!
Uma droga para controlar a ansiedade e um coctail de vitaminas ajudaram a cumprir a sentença. Hoje, ao terceiro dia de pausa forçada, mas o primeiro chamado útil, não resisti a virar-me para o outro lado quando seriam horas de me levantar. Não fui trabalhar. Aproveitei o dia com tarefas há muito adiadas, muito mais cansativas do que passar oito horas sentada numa secretária, mas que me souberam oito vezes melhor. E dormi a sesta!
Agora estou aqui, a esta hora, fresca que nem uma alface, bem disposta e prontinha para mais um dia de castigo, que afinal não custa assim tanto a cumprir!
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© Rita Quintela
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