MÃE-GALINHA

Às vezes apetecia-me que este espaço não fosse só delas, que fosse também um bocadinho meu e que coubessem aqui outras coisas que não apenas as vivências da maternidade. Às vezes tenho tentações de deixar aqui desabafos que não têm nada a ver com a suposta linha editorial (citando a Catarina) que aqui foi espontâneamente acontecendo. Às vezes apetecia-me clicar em "create your own blog", chamar-lhe desabafos, ou outra coisa qualquer, e escrever o que escrevo nos livros de reclamações dos serviços públicos deste país. Às vezes nem tempo tenho para manter este actualizado, quanto mais outro! Às vezes acho que nem tempo para mim tenho.
Podia escrever esses desabafos num caderninho e guardá-lo na mesa de cabeceira (que hei-de ter) ou num simples documento word; já escrevo mais depressa no teclado do que no papel. Mas não quero. Gosto de sentir que alguém, algures, lê o que escrevo, mesmo tendo consciência da exposição que isso acarreta. (Um dia conseguirei explicar ás minhas filhas porque é que decidi manter on-line alguns episódios das suas vidas. Elas sim, poderão julgar-me).
E fico assim, indecisa.
(Mas não gosto nada que me digam "O teu blogue está um bocado parvo. Agora só falas da história da falta de professores?" - Olha, esse assunto preocupa-me, tábem?)